Ingo Mauer foi um designer industrial alemão especializado em lâmpadas e instalações de luz. Foi considerado o poeta da luz, e tornou-se um ícone internacional ao criar instalações artísticas e objetos de iluminação com um toque divertido, lúdico e tecnológico, superando a imaginação e a obviedade.
Nos seus trabalhos, Ingo sempre garantiu um efeito surpresa – mais do que a beleza das peças, sua busca em provocar sensações e capturar emoções com a luz o transformou em um dos mais premiados designers do mundo. Além disso, sempre explanou a respeito do poder da iluminação na vida das pessoas – o que inspira a todos nós aqui na Brilia, pois, como você sabe, acreditamos que a luz muda tudo.
“As pessoas subestimam o poder da iluminação, o que ela pode fazer, como ela pode soltar uma pessoa ou deixá-la tensa e aborrecida”
Ingo, ao jornal New York Times.
A obra de Ingo Maurer
Nascido na ilha de Reichenau, no Lago Constança, no sul da Alemanha, Ingo Maurer tornou-se designer gráfico em 1958. Dois anos depois, foi trabalhar em Nova York, mas regressou à Alemanha, onde fez carreira e alcançou sucesso internacional. Em 1966, abriu as portas de sua primeira empresa, a Design M– atualmente chamada de Ingo Maurer GmbH, com showrooms em Munique e Nova York. Nessa mesma época criou a Bulb, uma luminária de mesa com o formato de uma lâmpada tradicional que projeta uma luz de baixa voltagem. O inusitado em suas criações fez com que seu trabalho se tornasse conhecido como iluminação contemporânea.
Anos 80
Na década de 1980, fez a instalação YaYaHo para a exposição Lumières je pense a vous, no Centre Georges Pompidou, em Paris. Sua intervenção consistia em duas cordas de metal com lâmpadas de hidrogênio em cada ponta, e virou sucesso imediato. A mesma instalação foi apresentada na Villa Medici, em Roma, e depois foi exibida no Instituto Francês de Arquitetura, na capital francesa. Em 1986, consagrou-se com a medalha Cavaleiro das Artes e das Letras concedida pelo Ministério da Cultura da França.
Anos 90
Três anos depois, Maurer criou uma instalação para a Fundação Cartier, seguida por diversas exposições e prêmios durante os anos 1990. Nessa época, o MoMA de Nova York já havia adquirido algumas de suas mais famosas criações para o seu acervo permanente de design.
Além da Bulb, o museu conserva a Lucellino, de 1992: uma luminária composta por uma lâmpada envolta em asas de penas de ganso, que lembra um pequeno pássaro; e o lustre Porca Miséria, de 1994: uma luminária de teto feita com pedaços de porcelana quebrada que dá um efeito de uma explosão congelada no espaço. No fim da década de 1990, abriu a primeira filial de sua loja em Nova York e fez uma instalação com efeitos especiais para um desfile de moda em La Vilette.
Ingo Maurer. Lucellino. 1992 | Ingo Maurer. Porca Miséria. 1994
Anos 2000
No começo de 2000 iniciou as suas primeiras experiências com tecnologia de iluminação de LEDs, depois de já ter desenvolvido luminárias que acendiam com som e toque. Sua mesa com tampo de cristal transparente com diversos pontos de luz em LED, que lembra uma constelação, talvez seja a peça mais famosa de Ingo desenvolvida com essa tecnologia. Ao elevar a iluminação a um novo patamar com suas criações, Ingo aliou funcionalidade, técnica e uma leitura nova, com um toque irreverente, dando um novo significado à iluminação – características que o levaram a ser convidado a fazer parcerias com criadores de outras áreas, como o estilista japonês Issey Miyake.
Última década de vida de Ingo Maurer
Mais tarde, foi premiado pela Prefeitura de Munique, para a qual, em 2011, desenvolveu o projeto de iluminação para a estação de metrô de Marienplatz, uma das mais belas do mundo. Anos antes, com mais exposições e prêmios conquistados em todo mundo, Ingo havia sido nomeado Designer Industrial Real pela Royal Society of Arts de Londres. Aos 82 anos, o designer ainda tinha fôlego para participar das feiras de design mais conceituadas do mundo.
Em 2019, aos 87 anos, Ingo faleceu em Monique, Alemanha. Deixou para trás um legado que envolve pioneirismo e inovação. Suas instalações de luz não encontram paralelo em criatividade. Sejam feitas por fios de luz que remetem a insetos, ou velas com chamas sustentadas por fios invisíveis no teto, sua arte efêmera aguça a imaginação de quem as vê. Tudo feito com o mesmo conceito que norteia seu trabalho desde sempre: Iluminar o sentimento humano.
Há poucas pessoas com o espírito tão livre, […] que realmente se arriscam. E talvez você falhe, esteja completamente errado, talvez você ache depois que não deveria ter feito… mas arriscar é importante.”
Ingo Maurer, para entrevista com TV Casa Cor.
Assista à entrevista completa:
