Antes de abordar o tema do IRC, é necessário entender que todas as imagens que vemos são resultados da interpretação que o nosso cérebro produz das ondas eletromagnéticas emitidas ou refletidas pelos corpos ao redor de nós. As cores também são ondas eletromagnéticas, e o intervalo do espectro eletromagnético, que se estende entre 400 nm (violetas) e 700 nm (vermelhos), e que pode ser visto pelo olho humano, é conhecido como luz visível.
Dentro do universo da iluminação arquitetônica, esse conceito é algo muito importante pois, como mencionamos acima, tudo o que vemos são reflexões de superfícies: seja uma parede colorida, um móvel, ou qualquer outro artefato que esteja iluminado – que se torna integralmente dependente da qualidade da luz incidente para que não ocorram distorções em suas cores e texturas originais.
Agora que você já entende um pouco sobre ondas eletromagnéticas, cores e reflexões, chegamos ao tema deste post: o IRC, que é o índice de reprodução de cores.
O que é IRC?
O IRC é uma escala criada para medir o quanto uma fonte de luz artificial se aproxima de uma fonte de luz ideal, ou seja, a luz natural do sol. Também podemos chamar essa luz ideal de incandescente, pois num corpo incandescente o espectro de luz é contínuo, sem saltos ou transições abruptas, e todas as cores do espectro estão presentes, ainda que em proporções diferentes.
Até pouco tempo, a tecnologia LED ainda não se assemelhava à tecnologia incandescente quanto ao alto IRC, mas hoje em dia o cenário já é outro. Além de todos os outros benefícios do LED que você já conhece, como o baixo consumo de energia e sua longa vida útil, o IRC se tornou um assunto completamente dominado e um dos mais importantes para os fabricantes da tecnologia LED.
Como se mede o IRC?
O mecanismo padrão de cálculo do IRC leva em consideração 8 cores do espectro de luz para calcular o quanto uma fonte de luz artificial consegue se aproximar de uma fonte de luz referência.

Ao avaliar essas cores, uma pontuação é dada para cada uma delas de forma individual e, fazendo uma média, a pontuação pode chegar até 100 – sendo este um valor teórico que representaria uma reprodução similar à luz do sol, embora não exista nenhuma fonte de luz artificial que tenha esse resultado.
Nessa escala de 0 a 100, quanto menor for o número do resultado, mais buracos existem no espectro de luz e, portanto, mais distorções ocorrerão na percepção da luz refletida.


As lâmpadas LED comerciais, em geral, tem IRC>80, que é suficiente para a maioria das utilizações. Entretanto, aplicações mais específicas em que as cores precisam de grande fidelidade, como por exemplo salões de beleza, hospitais ou vitrines, precisam de IRC>90 ou 95. Apesar de não ser o único fator relevante, o IRC é fundamental para que possamos avaliar a qualidade de uma fonte de luz, seja ela uma lâmpada, um painel, uma fita, e assim por diante.
No mecanismo padrão de cálculo do IRC, em que se avaliam 8 cores, a precisão do resultado não chega a ser ideal. Portanto, a fim de melhorar a acuidade da avaliação, estendeu-se o número de pontos avaliados de 8 para 15. Junto com a tabela estendida, surge o famoso cálculo do R9, que mede a quantidade de vermelhos na fonte de luz.

R9
A medição do R9 se tornou muito importante pelo fato da reprodução da cor vermelha ser geralmente mais crítica na tecnologia LED. Por isso, o índice do R9 deve ser sempre maior do que 0. Nessa relação, para um melhor resultado da reprodução da cor, recomenda-se a utilização de fonte de luz com R9≥50.
TM-30
Embora já se tenha avançado ao estender o número de cores avaliadas, ainda não é possível analisar perfeitamente uma fonte de luz com a tabela do IRC. Para tal acuidade, está em desenvolvimento pela Comissão Internacional de Luz o TM-30, uma nova ferramenta para avaliação de cor que promete ser muito mais precisa. Para se ter uma ideia, essa ferramenta avalia não mais 15 cores puras, e sim 99. Além disso, está prevista uma segunda métrica relacionada a saturação da cor, que tratará também o grau de pureza.
Apesar de muito mais completo, o método de medição TM-30 não aposentará o IRC, que apesar de suas falhas é bastante simples e suficientemente preciso para a grande maioria das avaliações, quando complementada pela tabela estendida.
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